sexta-feira, 3 de março de 2017
Carne e excrementos premiados pela Fundação EDP
Artur Barrio, de 72 anos, ganha 50 mil euros e terá ainda a oportunidade de expor a obra em Lisboa.
O artista plástico de 72 anos, que ainda mantém um apartamento em Vila Nova de Gaia, já foi galardoado com o Premio Velázquez de Artes Plásticas de 2011. Sem uma mensagem para comunicar, Barrio cria no momento, sem ateliê nem projeto: "Com a minha obra, pretendo transportar um material que funciona dentro de uma certa condição para um local aonde ele não poderia estar, como a urina, excrementos, dejetos, unhas". Barrio utiliza materiais baratos e a sua obra raramente é exposta numa galeria de arte. O artista prefere espaços exteriores, pavilhões, museus, onde possa ter liberdade para criar: "Eu crio no momento, é preciso sentir o espaço, ver os materiais de que ele dispõe e só depois meto mãos à obra".
Obra "provocadora" não assusta presidente da EDP
Livro de Carne - Artur Barrio
O júri do prémio, do qual também faz parte António Mexia, foi unânime na escolha. Algumas das obras mais conhecidas são um livro de carne e o lançamento de sacos orgânicos e dejetos para o rio Arrudas no Brasil. Intervenções que não assustam Mexia quando Barrio expuser na Fundação EDP em Lisboa em finais de 2019. "Desde que a fundação não seja acusada de poluição, caso o artista decida lançar a obra ao rio, tudo bem. E desde que não pegue fogo a nada aqui", confessa o presidente da EDP entre risos.
O galardão dá 50 mil euros ao artista e promove uma exposição retrospetiva da sua carreira. O Brasil, país de residência do vencedor, representa entre 15 a 18% da quota de mercado da empresa de distribuição elétrica que promove o Grande Prémio Fundação EDP Arte 2016.
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