Notícias, reportagens, entrevistas. Histórias de uma jornalista do norte em Lisboa.

Salomé Pinto
. Com tecnologia do Blogger.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Robô ganha emoções para ajudar crianças com cancro

Sem comentários :

Design emocional do “Gasparzinho” em desenvolvimento por uma equipa de investigadores do IADE (Instituto de Arte, Design e Empresa) em Lisboa.


O “Gasparzinho” é um robô mas vai poder expressar sentimentos como os humanos. No cinema de animação, o BB8 da Star Wars ou o Wall-e sorriem ou ficam tristes seja pela forma dos olhos, da boca, dos movimentos do corpo ou dos sons. É esse design emocional que está a ser desenhado pelo IADE (Instituto de Arte, Design e Empresa) em Lisboa.

Emília Duarte, que coordena esta unidade de investigação, conta que a equipa já criou “uma matriz para cada uma das emoções básicas e tentou identificar o que é que podiam ser os movimentos, como podia ser rosto e a cor dos olhos do robô. E acrescenta: “Haverá uma fase subsequente em que ele também poderá comunicar com sons ou eventualmente e se for essa a intenção até com fala sintetizada”.

Para chegar às expressões mais indicadas para cada uma das emoções básicas como a alegria ou a tristeza, os investigadores pediram a alguns alunos do IADE para identificar as emoções do robô através do preenchimento de um inquérito. E as conclusões foram surpreendentes. Segundo Magda Saraiva, bolseira de investigação em Psicologia que também integra esta equipa, uma das questões apresentadas interrogava o inquirido se “seria capaz ou teria pena se o robô tivesse de ser destruído ou desligado ou se morresse e as pessoas disseram que sim, que teriam pena porque gostam muito dele, que é muito bonito”. E conclui: “Isso leva-nos a crer que de facto estão a estabelecer algum grau de empatia com a máquina”.

Investigação premiada no Canadá

Também foram analisados os sinais vitais dos utilizadores enquanto visionavam em realidade virtual a emotividade do robô, explica o neurocientista Hugo Ferreira que também integra o projeto: “São colocados elétrodos no escalpe da pessoa e medimos de uma forma não invasiva esta atividade elétrica de milhões de neurónios em conjunto. Estes padrões de atividade vão estar relacionados com um determinado processo cognitivo ou emocional”. 
O projeto de investigação já foi premiado no Canadá. O objetivo final é que as crianças com cancro se sintam menos solitárias e mais felizes na companhia do robô. A investigação multidisciplinar deverá terminar no final do ano, altura em que os engenheiros do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, que criaram o robô, vão poder implementar novas expressões emocionais no “Gasparzinho”.

Reportagem sobre o novo design emocional do "Gasparzinho" transmitida no Porto Canal.

Sem comentários :

Enviar um comentário